09/11/2010

Dentro de mim

Chove. Chove muito. Chove muito lá fora. Lá fora de mim, o temporal ameaça.

Das arribas da Galiza à capital pode ser um saltinho.

Bem lançado o alerta amarelo por quem sabe de alertas e de tempos. E de finanças e de contas públicas e de dívidas soberanas.


O amarelo faz sentido. Talvez por isso o verão de S. Martinho se arrisque a não ser verão nenhum, mas o outono que é. O outono das nossas dificuldades, o outono que arrefece ao ritmo do frio que se anuncia.


Há quem sinta já a fome. A fome das castanhas que tardam. E a fome a sério que as brasas não matam.


Chove. Chove muito. Lá fora, sobretudo. E o inverno, que não tarda, promete durar vários orçamentos.


Dentro de mim, só vergonha. Um temporal de vergonha que ameaça arrasar.

Dentro de mim.

1 comentário:

Nuno Baptista Coelho disse...

E pior ainda, são chuvas que sol nenhum secará, e a que nenhum Verão faz frente. Já não estamos no tempo de abrir os guarda-chuvas, agora é tempo de os fechar bem cerrados, e começar a partir algumas cabeças com eles.

Breve, directo, tocante. Obrigado, António.