Desculpem, mas o tempo não nos larga, e a mim não me dá para nada. Fica um abraço, um veneno desfasado de qualquer tema, servo apenas do nosso lema: conto contigo, conto com todos:
DURBAN POISON
A impotência de dizer
surpreende-nos na inquietação
do dia a dia,
e por isso não há tempo a perder.
Se os homens se rebolam frenéticos
na confusão das esquinas,
a vida acontece com certeza
longe das conversas de café,
e por isso não há tempo a perder.
Se as palavras se enrendam indefesas
na teia das circunstâncias,
o melhor mesmo é caminhar
no silêncio das dúvidas,
ao abrigo das certezas dos outros.
Por isso, não há tempo a perder.
E se sentimos que apontam a dedo
o berro do bêbado que a plenos pulmões
rasga a noite na vaidade de ser livre,
o melhor mesmo é gritar como ele
e nunca trocar o sonho
e o veneno
e a vida
por um pedaço de carne bem comportado.
Porque o tempo passa
e não há tempo a perder.
Força aí. A 27 não vou poder estar.
18/11/2009
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1 comentário:
Qem pede desculpa assim, fica logo desculpado!
Ora aqui está um poema que, num instante, conta um conto. Sem grandes floreados, diz depressa o que tem a dizer (e diz tanto) com beleza e mestria!
Parabéns!
(Mais uma baixa para dia 27...)
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