13/09/2009

Medo, eu?!

Medo, eu?!

A hora de me associar à equipa, tardava.
O convite fora-me feito havia muito, insistido, até, pelo Armindo S., amigo e sabedor que é do meu aprazimento por estas coisas da escrita.
O problema é que a minha inclinação – que em questão de palavras também há inclinações (para além das vocações, das inspirações, das declinações e de outras terminações) – é mais para os versos e para os desvarios cronísticos, nada de grande prosa, como os contos (por pequenos que sejam), as novelas ou os romances. Por isso, confesso, o adiamento em dar o passo inaugural.
Confesso também que, recebido o convite, não entendi como aderir, isto é, não ousei vingar a minha ignorância na destreza das novas tecnologias, que isto de entrar num blogue sem ser para o comentar não está assim ao alcance de qualquer um.
Confesso, ainda, que o medo por tudo isto era desmesuradamente maior. Não apenas fazer alguma imbecilidade e encravar o sistema logo à primeira, com as gravosas consequências para o meu indispensável portátil, como ficar preso nas duas ou três linhas iniciais e dali não sair.
Arrastei, portanto, o dito passo, até que, apanhado em casa do meu convidador, fui por ele quase-à-força industriado nesta arte transitiva de postar. Estava cumprido o primitivo feito.
Agora, pois então, havia que partir para o tema da semana, ou para qualquer outro que as regulares sugestões da semana sempre impelem para as boxes.
Hoje, transbordante de coragem, lancei-me ao Medo, só para que o meu amigo Armindo S. não pense que me deixo vencer facilmente. E a prova aqui está, como se lê, neste (des)temido texto, com o devido (des)conto!

4 comentários:

Nuno Baptista Coelho disse...

Bem vindo, António. Bem vindo pela via do Armindo, decerto, que qualquer amigo dele é amigo deste blog. E bem vindo pessoalmente, sem dúvida, que quem escreve bem pode sempre contar-se entre os amigos desta tertúlia. E este conto inicial é um excelente cartão de visita.

Não há que ter medo da escrita, tal como não há que ter medo de nos atirarmos de um precipício. Em ambos os casos, dá-se um passo em frente, e pronto! E no caso da escrita, até se sobrevive, o que não deixa de ser um aspecto positivo.

Escreve à tua vontade, é a única maneira que há de escrever. E aproveita para votar na recente sondagem, são precisas respostas. Não sei se vale a pena mencionar que isto vale para todos.

Fico a aguardar o próximo conto, este valeu.

Nuno

Armindo S. disse...

Finalmente por cá, António. Ainda bem que te decidiste, tu, que só tens medo do mal escrever e, apesar disso nunca te o vi fazer acontecer.
Rodear-me de gente que me ensine e também que me envergonhe e me faça consciente dos meus limites é, confesso,parte do meu egoismo. Aqui estás entre gente desse calibre. Sê, pois, bem vindo. Convivamos, contando e recontando.

Margarida Tomaz disse...

Uma entrada assim, merece uma salva de palmas.

Isto promete!

Guiomar Fernandes disse...

Ora sejas muito bem vindo a esta tua nova casa. A vizinhança é boa e não é demasiado barulhento.
Se escreves assim com medo imagino sem ele....
Foi uma excelente entrada! Ficamos à espera de mais.